Trovadorismo (1189/1198).
Século XII ao XV
INÍCIO: Canção da Ribeirinha - Paio Soares de Taveirós
TÉRMINO: Fernão Lopes é eleito cronista-mor da torre do Tombo
TÉRMINO: Fernão Lopes é eleito cronista-mor da torre do Tombo
Painel da época:
- Melopéia: palavra e música;
- Idade Média / Feudalismo / Teocentrismo: poder espiritual e cultural da Igreja
- Cristianismo
- Cruzadas rumo ao Oriente
- Luta contra os mouros
- Língua: galego-português (português arcaico)
- Autor principal: Rei D. Dinis (1261-1315)
- Monopólio clerical
PRODUÇÃO LITERÁRIA: PROSA E POESIA
Poesia Lírica:
Cantiga de amor (eu lírico masculino)
- amor do trovador pela mulher amada.
- mulher idealizada.
- contemplação platônica.
- uso de “meu senhor”.
- sofrimento por amor.
- vassalagem amorosa.
- amor cortês.
- estribilho ou refrão.
Cantiga de Amigo (eu lírico feminino)
- O trovador coloca-se no lugar da mulher que sofre pelo amado que partiu.
- mulher concreta - real.
- conversa com a natureza.
- popular - mulher camponesa.
- uso do termo “amigo” = namorado, amante, marido.
- paralelismo e refrão.
Poesia satírica:
Cantiga de Escárnio:
- referências indiretas.
- ironia.
- ambigüidade (vocabulário de duplo sentido).
- não se revela o nome da pessoa satirizada.
Cantiga de Maldizer:
- sátira direta.
- maledicência
- uso de palavras obscenas ou de conteúdo erótico.
- citação nominal da pessoa satirizada.
A PROSA:
Hagiografia: relatos bibliográficos de figuras canonizadas, escritos em latim.
Cronicões: relatam, de forma romanceada, os episódios históricos/sociais do século XIV.
Livros de linhagem: apresenta a genealogia das famílias nobres.
Novelas de Cavalaria:
- poemas que celebram acontecimentos históricos, trazidos principalmente da França e Inglaterra.
- temos três ciclos:
a) Ciclo Bretão ou Arturiniano: Rei Artur e Cavaleiros da Távola Redonda.
b) Carolíngio: Carlos Magno
c) Clássico: Antigüidade Greco Romana.
b) Carolíngio: Carlos Magno
c) Clássico: Antigüidade Greco Romana.
Pesquise:
1. O que representava o trovador e o jogral para os textos poéticos dessa primeira época medieval?
2. Qual o tema mais constante deste período e qual o nome dado a ele?
3. O que quer dizer "coita d'amor"?
4.Qual a estrutura das cantigas de amor?
5. Que tipo de linguagem era empregada na cantiga satírica?
6. Qual a diferença entre cantiga de escárnio e maldizer?
7. Quais os cancioneiros que fizeram parte deste período? Fale um pouco sobre cada um.
8. Leia os textos e faça o que se pede:
I - “CANTAR D’AMIGO”
Vi eu, mia madr’, andar
as barcas eno mar:
e moiro-me d’amor.
as barcas eno mar:
e moiro-me d’amor.
Fui eu, madre, veer
as barcas eno ler (1):
e moiro-me d’amor.
as barcas eno ler (1):
e moiro-me d’amor.
As barcas eno mar
a foi-las aguardar:
e moiro-me d’amor
a foi-las aguardar:
e moiro-me d’amor
As barcas eno ler
E foi-las atender (2)
e moiro-me d’amor
E foi-las atender (2)
e moiro-me d’amor
E foi-las aguardar
e non o pud’achar:
e moiro-me d’amor.
e non o pud’achar:
e moiro-me d’amor.
(Nuno Fernandes Torneol)
1. praia; 2. esperar.
II - “CANTIGA DE ESCÁRNIO”
Ai, dona fea, foste-vos queixar
porque vos nunca louv’-en meu trobar
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via (1),
e vedes como vos quero loar
dona fea, velha e sandia (2).
porque vos nunca louv’-en meu trobar
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via (1),
e vedes como vos quero loar
dona fea, velha e sandia (2).
Ai dona fea! se Deus me perdon!
e pois havedes tan gran coraçon
que vos eu loe en esta razon (3),
vos quero já loar toda via,
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
e pois havedes tan gran coraçon
que vos eu loe en esta razon (3),
vos quero já loar toda via,
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero (4) muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
en meu trobar, pero (4) muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
(João Garcia de Guilhade)
1. para sempre;
2. louca, demente;
3. que eu a louve por este motivo;
4. porém, todavia.
2. louca, demente;
3. que eu a louve por este motivo;
4. porém, todavia.
III - “CANTIGA DE MALDIZER"
Meu senhor arcebispo, and’eu escomungado
porque fiz lealdade; enganou-me o pecado (1)!
Soltade-m’, ai (2), senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
porque fiz lealdade; enganou-me o pecado (1)!
Soltade-m’, ai (2), senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
Se traiçon fezesse, nunca vo-la diria;
mais (3) pois fiz lealdade, vel (4) por Santa Maria,
soltade-m’, ai, senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
mais (3) pois fiz lealdade, vel (4) por Santa Maria,
soltade-m’, ai, senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
Per mia maleventura tive hun en Sousa
e dei-o a seu don’ e tenho que fiz gran cousa (5).
Soltade-m’ ai, senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
e dei-o a seu don’ e tenho que fiz gran cousa (5).
Soltade-m’ ai, senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
Por meus negros pecados tive hun castelo forte
e dei-o a seu don’, e hei medo da morte.
Soltad-m’, ai, senhor, mandado
que seja traëdor.
e dei-o a seu don’, e hei medo da morte.
Soltad-m’, ai, senhor, mandado
que seja traëdor.
(Diego Pezelho)
1. o demônio enganou-me;
2. absolvei-me, ai;
3. mas;
4. oh!, ah!, ai! (segundo Rodrigues Lapa);
5. parece-me ter cometido um ato grave (segundo Rodrigues Lapa).
2. absolvei-me, ai;
3. mas;
4. oh!, ah!, ai! (segundo Rodrigues Lapa);
5. parece-me ter cometido um ato grave (segundo Rodrigues Lapa).
a) Identifique as principais características dos três textos analisando suas diferenças.
b) Faça um estudo do eu-lírico nas cantigas acima e explique esse tipo de produção literária da época medieval.
Marque as questões certas:
“Rui Queimado morreu con amor
en seus cantares, por Sancta Maria
por ua dona que gran ben queria,
e, por se meter por mais trovador,
porque lh’ela non quis [o] ben fazer(1),
fez - s’el en seus cantares morrer,
mas ressurgiu depois ao tercer dia!
en seus cantares, por Sancta Maria
por ua dona que gran ben queria,
e, por se meter por mais trovador,
porque lh’ela non quis [o] ben fazer(1),
fez - s’el en seus cantares morrer,
mas ressurgiu depois ao tercer dia!
Esto fez el por ua sa senhor
que quer gran ben, e mais vos en diria:
porque cuida que faz i maestria (2),
enos cantares que fez sabor(3)
de morrer i e desi d’ar viver (4);
esto faz el que x’o pode fazer,
mas outr’omem per ren non [n] o faria.
que quer gran ben, e mais vos en diria:
porque cuida que faz i maestria (2),
enos cantares que fez sabor(3)
de morrer i e desi d’ar viver (4);
esto faz el que x’o pode fazer,
mas outr’omem per ren non [n] o faria.
E non há já de sa morte pavor,
senon sa morte mais la temeria,
mas sabede ben, per sa sabedoria,
que viverá, des quando morto for
e faz - (s’) en seu cantar morte prender,
desi ar viver: vede que poder
que lhi Deus deu, mas que non cuidaria.
senon sa morte mais la temeria,
mas sabede ben, per sa sabedoria,
que viverá, des quando morto for
e faz - (s’) en seu cantar morte prender,
desi ar viver: vede que poder
que lhi Deus deu, mas que non cuidaria.
E, si mi Deus a mim desse poder,
qual oi’el há, pois morrer, de viver,
jamais morte nunca temeria.
qual oi’el há, pois morrer, de viver,
jamais morte nunca temeria.
1. porque ela não lhe quis atender as súplicas;
2. porque ele imagina que tem talento;
3. a gosto, satisfeito;
4. de aí morrer e, mais tarde, reviver.
2. porque ele imagina que tem talento;
3. a gosto, satisfeito;
4. de aí morrer e, mais tarde, reviver.
9) A cantiga anterior é de autoria de Pedro Maria Burgalês. Por suas características e conteúdo, ela é uma cantiga:
a) de amigo;
b) de escárnio;
c) de amor;
d) de maldizer;
e) n.d.a.
10) Fazem parte da prosa trovadoresca em Portugal:
a) as hagiografias e as cantigas de maldizer;
b) os livros de linhagem e os cronicões;
c) as novelas de cavalaria e os romances;
d) os cronicões e as crônicas;
e) os livros de linhagem e os sonetos.
a) as hagiografias e as cantigas de maldizer;
b) os livros de linhagem e os cronicões;
c) as novelas de cavalaria e os romances;
d) os cronicões e as crônicas;
e) os livros de linhagem e os sonetos.
11) Assinale a alternativa incorreta:
a) Na cantiga de amigo, o “eu-lírico” feminino lamenta a ausência do amigo distante;
b) Na cantiga de escárnio, a sátira é feita indiretamente e usam-se a ironia e as ambigüidades;
c) Na cantiga de maldizer, o erotismo pode estar presente;
d) Na cantiga de amor, o apelo erótico é purificado e ocorre a idealização do amor;
e) Na cantiga de amigo, usa-se o refrão, mas não existe paralelismo.
a) Na cantiga de amigo, o “eu-lírico” feminino lamenta a ausência do amigo distante;
b) Na cantiga de escárnio, a sátira é feita indiretamente e usam-se a ironia e as ambigüidades;
c) Na cantiga de maldizer, o erotismo pode estar presente;
d) Na cantiga de amor, o apelo erótico é purificado e ocorre a idealização do amor;
e) Na cantiga de amigo, usa-se o refrão, mas não existe paralelismo.
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