terça-feira, 29 de março de 2011

TROVADORISMO


Trovadorismo (1189/1198).

Século XII ao XV

INÍCIO: Canção da Ribeirinha - Paio Soares de Taveirós
TÉRMINO: Fernão Lopes é eleito cronista-mor da torre do Tombo
Painel da época:
  • Melopéia: palavra e música;
  • Idade Média / Feudalismo / Teocentrismo: poder espiritual  e cultural da Igreja
  • Cristianismo
  • Cruzadas rumo ao Oriente
  • Luta contra os mouros
  • Língua: galego-português (português arcaico)
  • Autor principal: Rei D. Dinis (1261-1315)
  • Monopólio clerical
PRODUÇÃO LITERÁRIA: PROSA E POESIA
Poesia Lírica:
Cantiga de amor (eu lírico masculino)
  • amor do trovador pela mulher amada.
  • mulher idealizada.
  • contemplação platônica.
  • uso de “meu senhor”.
  • sofrimento por amor.
  • vassalagem amorosa.
  • amor cortês.
  • estribilho ou refrão.
 Cantiga de Amigo  (eu lírico feminino)
  • O trovador coloca-se no lugar da mulher que sofre pelo amado que partiu.
  • mulher concreta - real.
  • conversa com a natureza.
  • popular - mulher camponesa.
  • uso do termo “amigo” =  namorado, amante, marido.
  • paralelismo e refrão.
Poesia satírica:
Cantiga de Escárnio:
  • referências indiretas.
  • ironia.
  • ambigüidade (vocabulário de duplo sentido).
  • não se revela o nome da pessoa satirizada.
Cantiga de Maldizer:
  • sátira direta.
  • maledicência
  • uso de palavras obscenas ou de conteúdo erótico.
  • citação nominal da pessoa satirizada.
 A PROSA:
Hagiografia:  relatos bibliográficos de figuras canonizadas, escritos em latim.
Cronicões: relatam, de forma romanceada, os episódios históricos/sociais do século XIV.
Livros de linhagem: apresenta a genealogia das famílias nobres.
Novelas de Cavalaria: 
  • poemas que celebram acontecimentos históricos, trazidos principalmente da França e Inglaterra.
  • temos três ciclos:
a) Ciclo Bretão ou Arturiniano: Rei Artur e Cavaleiros   da Távola Redonda.
b) Carolíngio: Carlos Magno
c) Clássico: Antigüidade Greco Romana.
Pesquise:
1. O que representava o trovador e o jogral para os textos poéticos dessa primeira época medieval?
2. Qual o tema mais constante deste período e qual o nome dado a ele?
3. O que quer dizer "coita d'amor"?
4.Qual a estrutura  das cantigas de amor?
5. Que tipo de linguagem era empregada na cantiga satírica?
6. Qual a diferença entre cantiga de escárnio e maldizer?
7. Quais os cancioneiros que fizeram parte deste período? Fale um pouco sobre cada um. 
8. Leia os textos e faça o que se pede:
I - “CANTAR D’AMIGO”
Vi eu, mia madr’, andar 
as barcas eno mar: 
e moiro-me d’amor. 
Fui eu, madre, veer 
as barcas eno ler (1): 
e moiro-me d’amor. 
As barcas eno mar 
a foi-las aguardar: 
e moiro-me d’amor 
As barcas eno ler 
E foi-las atender (2)  
e moiro-me d’amor 
E foi-las aguardar 
e non o pud’achar: 
e moiro-me d’amor.
                          (Nuno Fernandes Torneol)
   1. praia;  2. esperar.
 
II - “CANTIGA DE ESCÁRNIO”
Ai, dona fea, foste-vos queixar 
porque vos nunca louv’-en meu trobar 
mais ora quero fazer un cantar 
en que vos loarei toda via (1), 
e vedes como vos quero loar
dona fea, velha e sandia (2). 
Ai dona fea! se Deus me perdon! 
e pois havedes tan gran coraçon 
que vos eu loe en esta razon (3), 
vos quero já loar toda via, 
e vedes qual será a loaçon: 
dona fea, velha e sandia! 
Dona fea, nunca vos eu loei 
en meu trobar, pero (4) muito trobei; 
mais ora já um bom cantar farei 
en que vos loarei toda via; 
e direi-vos como vos loarei: 
dona fea, velha e sandia!
                             (João Garcia de Guilhade)
   1. para sempre;
   2. louca, demente;
   3. que eu a louve por este motivo;
   4. porém, todavia.
 
III -  “CANTIGA DE MALDIZER" 
Meu senhor arcebispo, and’eu escomungado 
porque fiz lealdade; enganou-me o pecado (1)! 
Soltade-m’, ai (2), senhor, e jurarei, mandado 
        que seja traëdor. 
Se traiçon fezesse, nunca vo-la diria; 
mais (3) pois fiz lealdade, vel (4) por Santa Maria, 
soltade-m’, ai, senhor, e jurarei, mandado 
        que seja traëdor. 
Per mia maleventura tive hun en Sousa 
e dei-o a seu don’ e tenho que fiz gran cousa (5). 
Soltade-m’ ai, senhor, e jurarei, mandado 
        que seja traëdor. 
Por meus negros pecados tive hun castelo forte 
e dei-o a seu don’, e hei medo da morte. 
Soltad-m’, ai, senhor, mandado 
        que seja traëdor. 
                                      (Diego Pezelho)
 
   1. o demônio enganou-me;
   2. absolvei-me, ai;
   3. mas;
   4. oh!, ah!, ai! (segundo Rodrigues Lapa);
   5. parece-me ter cometido um ato grave (segundo Rodrigues Lapa).
 
a) Identifique as principais características dos três textos analisando suas diferenças.
b) Faça um estudo do eu-lírico nas cantigas acima e explique esse tipo de produção literária da época medieval.
 
Marque as questões certas:
 
     “Rui Queimado morreu con amor
     en seus cantares, por Sancta Maria
     por  ua dona que gran ben queria,
     e, por se meter por mais trovador,
     porque lh’ela non quis [o] ben fazer(1),
     fez - s’el  en seus cantares morrer,
     mas ressurgiu depois ao tercer dia!
     Esto fez el por ua sa senhor
     que quer gran ben, e mais vos en diria:
     porque cuida que faz i maestria (2),
     enos cantares que fez sabor(3)
     de morrer i e desi d’ar viver (4);
     esto faz el que x’o pode fazer,
     mas outr’omem per ren non [n] o faria.
     E non há já de sa morte pavor,
     senon sa morte mais la temeria,
     mas sabede ben, per sa sabedoria,
     que viverá, des quando morto for
     e faz - (s’) en seu cantar morte prender,
     desi ar viver: vede que poder
     que lhi Deus deu, mas que non cuidaria.
     E, si mi Deus a mim desse poder,
     qual oi’el há, pois morrer, de viver,
     jamais morte nunca temeria.
 
1. porque ela não lhe quis atender as súplicas;
2. porque ele imagina que tem talento;
3. a gosto, satisfeito;
4. de aí morrer e, mais tarde, reviver.

9) A cantiga anterior é de autoria de Pedro Maria Burgalês. Por suas características e conteúdo, ela é uma cantiga:
a) de amigo;
b) de escárnio;
c) de amor;
d) de maldizer;
e) n.d.a.
10) Fazem parte da prosa trovadoresca em Portugal:
a) as hagiografias e as cantigas de maldizer;
b) os livros de linhagem e os cronicões;
c) as novelas de cavalaria e os romances;
d) os cronicões e as crônicas;
e) os livros de linhagem e os sonetos.
11) Assinale a alternativa incorreta:
a) Na cantiga de amigo, o “eu-lírico” feminino lamenta a ausência do amigo distante;
b) Na cantiga de escárnio, a sátira é feita indiretamente e usam-se a ironia e as ambigüidades;
c) Na cantiga de maldizer, o erotismo pode estar presente;
d) Na cantiga de amor, o apelo erótico é purificado e ocorre a idealização do amor;
e) Na cantiga de amigo, usa-se o refrão, mas não existe paralelismo.
 Crédito:  

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