segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ANÁLISE DA NARRATIVA


ANÁLISE DA NARRATIVA

           Para fazer uma narração, além do narrador existem outros elementos que são fundamentais para tal produção. São eles: foco narrativo, enredo, personagens, espaço e tempo.
O foco narrativo é a posição tomada pelo narrador ao contar a história. Pode ser narrador-observador que relata fatos na medida em que esses aparecem, esse tem conhecimento sobre todo o desenrolar da história; narrador personagem que conhece a história por estar envolvido nela e narrador neutro que conta a história enquanto pode e ao mesmo tempo comenta sobre os fatos que ocorrem.
O enredo é o desenrolar dos fatos. Relata sobre os fatos acontecidos ou que irão ser executados pelos personagens. Pode ser organizado de várias maneiras, porém os mais utilizados são: situação inicial, quebra da situação inicial, estabelecimento de um conflito, clímax e epílogo.
Os personagens podem abranger características reais ou imaginárias. O personagem principal recebe o nome de protagonista, sendo que os demais podem ser antagonistas, oponentes ou coadjuvantes.
O espaço da narrativa é o local onde o enredo acontece. É de grande importância na narrativa, pois pode assumir o papel de personagem dependendo da história contada ou, ainda, identificar um personagem específico da história.
O tempo também é de grande importância, pois determina o período da história. O tempo pode ser cronológico ou psicológico. Cronológico quando mede o tempo e psicológico quando não é mensurável racionalmente.

Narração

           Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando dados reais e imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.
          A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa ativamente dos fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem). Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).
          O bom autor toma partido das duas opções de posicionamento para o narrador, a fim de criar uma história mais ou menor parcial, comprometida. Por exemplo, Machado de Assis, ao escrever Dom Casmurro, optou pela narrativa em 1ª pessoa justamente para apresentar-nos os fatos segundo um ponto de vista interno, portanto mais parcial e subjetivo.
Narração objetiva X Narração subjetiva
objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal e direto.
subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.
[Nota]
Observação
o fato de um narrador de 1ª pessoa envolver-se emocionalmente com mais facilidade na história, não significa que a narração subjetiva requeira sempre um narrador em 1ª pessoa ou vice-versa.
Elementos básicos da narrativa:
·         Fato - o que se vai narrar (O quê ?)
·         Tempo - quando o fato ocorreu (Quando ?)
·         Lugar - onde o fato se deu (Onde ?)
·         Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem ?)
·         Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê ?)
·         Modo - como se deu o fato (Como ?)
·         Conseqüências (Geralmente provoca determinado desfecho)
           A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes maneiras: piada, peça teatral, crônica, novela, conto, fábula etc.
          Uma narrativa pode trazer falas de personagens entremeadas aos acontecimentos, faz-se uso dos chamados discursos: direto, indireto ou indireto livre.
          No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da própria personagem. Para tanto, recomenda-se o uso de algumas notações gráficas que marquem tais falas: travessão, dois pontos, aspas. Mais modernamente alguns autores não fazem uso desses recursos.
          O discurso indireto apresenta as palavras das personagens através do narrador que reproduz uma síntese do que ouviu, podendo suprimir ou modificar o que achar necessário. A estruturação desse discurso não carece de marcações gráficas especiais, uma vez que sempre é o narrador que detém a palavra. Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi (elocução) e oração subordinada substantiva com verbo num tempo passado em relação à fala da personagem.
         Quanto ao discurso indireto livre, é usado como uma estrutura bastante informal de colocar frases soltas, sem identificação de quem a proferiu, em meio ao texto. Trazem, muitas vezes, um pensamento do personagem ou do narrador, um juízo de valor ou opinião, um questionamento referente a algo mencionado no texto ou algo parecido. Esse tipo de discurso é o mais usado atualmente, sobretudo em crônicas de jornal, histórias infantis e pequenos contos.

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